Chocolate - Primeira Parte
Quando Michael não estava atrás do volante do carro do corpo de bombeiro, ficar em casa era sinal de muito carinho e petiscos ao seu melhor amigo. Chocolate, um gato persa de dois anos, que chegou ao lar por meio de um presente dado pela amiga de sua esposa Lara no dia de seu casamento. Desde sua chegada ainda filhote, já demonstrava que era diferente, só queria saber de comer, beber seu leite e dormir; com o decorrer do tempo foi crescendo e junto sua personalidade foi mudando, e ficou se distanciando de Lara e mais fiel a Michael, que o deixava deitar no sofá, na cama na mesa da cozinha a casa toda era dele.
Lara estava preparando um ensopado de frango do jeito que seu esposo gostava. Abre a geladeira e tira da mesma um “punhado” de salsa e começa a cortar sobre uma tábua. Chocolate pulou na mesa assustando Lara que acaba cortando o dedo.
— Aí… que merda chocolate, sai daqui, aí…merda. — Lara lava o dedo na água corrente da torneira da pia, e fica olhando o sangue correr pelo ralo misturado à água. Chocolate desce e se senta próximo a geladeira e fica observando Lara lavando.
— Que gato nojento. — Ela afirma com olhar fixado nele.
Não demorou muito e a noite chegou. Enquanto Lara prepara a mesa de jantar como de costume, Michel entra com o olhar cansado. — Oi amor…
— Oi! — Ele a beija e percebe o dedo com curativo. — Machucou o dedo amor?
— Cortei ao preparar o jantar.
— Nossa. Foi profundo?
— Não, superficial, deixa pra lá, vai tomar seu banho que vou te esperar…
Chocolate começa a roçar nas pernas de Michael e ele o carrega.
— Oi amigão, é só carregar que começa a ronronar. — Chocolate, mia. — Você deu ração pra ele amor?
— Não. Esqueci!
— Então é isso; mamãe esqueceu de dar a ração do nosso bebê…
— Que eu saiba Michael, não tenho nem um filho gato.
— Nossa, amor, que grosa que você foi agora.
— Vai tomar seu banho, vou esperar você pro jantar. — Lara sai em direção a cozinha, enquanto Michael sem entender, olhar e depois sobe para tomar uma ducha e coloca o gato nos primeiros degraus da escada de acesso aos quartos.
A luz do luar entra pela janela do quarto do casal, e os mesmos dormem tranquilamente. Chocolate revela-se sentado no centro da entrada do quarto; seus olhos iluminados, fixos em direção à cama.
Entre gargalhadas de amigas, Lara se diverte conversando na varanda.
— Lembra Lara, como o Reverendo Thomas, ficou constrangido ao se deparar com sua ex-namorada, no dia do casamento dele…
— Verdade, ele com aquelas bochechas rosadas, ficaram mais ainda…— Afirma Helena.
— E no dia que o Reverendo, estava no culto, ele deixou cair o cálice de nervoso no altar… — Luana dá risadas.
— Nesse dia não fui, mas escutei muitos comentários, depois… — Lara, falando toma um gole de suco; e nesse instante chocolate sobe, na beira da mureta da varanda.
— Eu juro pela Santa Igreja Episcopal, que ele ainda tem uma quedinha, pela ex-namorada. — Helena beija os dedos indicadores cruzados.
— Nossa Helena, cheguei a ver o veneno escorrer pelo canto da sua boca agora…
— Credo; quero morrer sua amiga…— Luana dá risadas com sua amiga. Chocolate, sai da mureta e pula no colo de Helena; ela a empurra. — Você é muito fofo, mas odeio gatos, desculpa Lara.
— Não se preocupe, Helena, o dono não escutou mesmo. — Rindo.
— Eu amo gato, ainda mais um persa desses lindo. — Luana tenta pegar nele, e chocolate numa reação dá uma patada na mão dela; lhe ferindo e sai correndo para fora da varanda. — Aí, ele me feriu Lara…
— Que horror! - Helena tentando socorrer junto com Lara.
— Vamos lavar, para fazer um curativo.
— Ele é bravo, né?
— Não, Luana é a primeira vez que faz isso.
— Nossa que estranho! Acho que ele deve já está querendo uma namoradinha. - Elas riem ao escutar Luana falar.
Horas depois, no comando geral dos bombeiros de Alegrete, Michael joga cartas com os amigos, na espera de alguma emergência.
— Cara, vou dormir um pouco, chegar, estou estourado de ontem da bola, o Marquinho me deu uma “canelada”.
— O Marquinho não tem pena, ele chuta tudo menos a bola…
— Ei, não é bem assim não; foi só um acidente de percurso…
— Acidente de percurso, sei… — Toca o telefone e Miguel, atende. — Sim, ele está! Ou Michael, é do Hospital…
— Do Hospital?
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Aqui pronto a acompanha-lo✨
ResponderExcluirContinue filhão.
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